A Huawei está se preparando para produzir em massa seu chip de inteligência artificial (IA) mais avançado, o Ascend 910C, no primeiro trimestre de 2025, com o objetivo de competir com os líderes do setor.
Apesar de enfrentar desafios devido às restrições comerciais dos EUA, que limitam suas capacidades de produção de chips, a Huawei já começou a enviar amostras para empresas de tecnologia e está aceitando pedidos.
Falha de sustentabilidade no chip Ascend 910C
De acordo com um relatório exclusivo da Reuters, o parceiro da Huawei, a Semiconductor Manufacturing International Corp (SMIC), está utilizando o processo N+2 para produzir o chip de IA Ascend 910C. No entanto, o acesso limitado a ferramentas avançadas de litografia tem restringido severamente sua eficiência.
Fontes indicam que a taxa de rendimento atual é de cerca de 20%, bem abaixo do limite de 70% exigido para viabilidade comercial na produção avançada de chips.
#CHINA'S #HUAWEI AIMS TO START MASS-PRODUCING NEW ASCEND 910C AI CHIP IN FIRST QUARTER OF 2025
HUAWEI HAS SENT 910C SAMPLES, STARTED TO RECEIVE ORDERS.
YIELD ON HUAWEI'S NEW 910C CHIP AROUND 20%, FAR BELOW LEVEL NEEDED FOR COMMERCIAL VIABILITY.
-REUTERS SOURCES pic.twitter.com/E05Wbp45e9— CN Wire (@Sino_Market) November 21, 2024
Esses problemas não são novos para a Huawei. O modelo anterior, o Ascend 910B, também teve dificuldades com um rendimento de cerca de 50%, limitando sua capacidade de ser produzido na escala necessária para o uso comercial generalizado.
Além disso, relatórios destacaram limitações no ecossistema de software da Huawei para a série Ascend, particularmente o software Cann, o que prejudicou ainda mais a eficiência da produção.
Esses problemas de produção são amplamente decorrentes das restrições do governo dos EUA à Huawei, especialmente no que diz respeito ao acesso a tecnologias críticas de semicondutores, como as ferramentas avançadas de litografia da ASML.
Essas ferramentas são essenciais para a produção de chips com a precisão e eficiência necessárias para a produção em larga escala.
No entanto, o caminho à frente é incerto. Em maio de 2024, a administração Biden deu um passo importante para conter o avanço tecnológico da Huawei ao revogar as licenças de exportação de gigantes semiconductores americanos como Intel e Qualcomm.
Chinese companies Pengxinxu, SwaySure Technology, Qingdao Si’En and “potentially many others” are pointed as Huawei’s “clandestine network,”.
US lawmakers are pressing the Biden administration to block all these companies.… pic.twitter.com/3hbqIFhg4w
— Jeff Li (@jefflijun) October 17, 2024
As tensões entre os EUA e a Huawei se intensificaram em outubro, com legisladores pedindo ao Departamento de Comércio que tomasse medidas contra as supostas tentativas da Huawei de contornar as sanções usando uma rede secreta de instalações de semicondutores.
Em novembro de 2024, a situação atingiu novos patamares quando os EUA pediram à TSMC que interrompesse o envio de chips avançados usados em aplicações de IA para clientes chineses. Os EUA haviam descoberto que um desses chips estava sendo usado em um processador de inteligência artificial (IA) da Huawei.
No entanto, pode haver ajuda a caminho. Relatórios sugerem que a China está se preparando para lançar o maior fundo de chips da sua história, arrecadando mais de US$ 27 bilhões para apoiar e fortalecer sua indústria de semicondutores.