Em um movimento surpreendente, a Microsoft acusou publicamente o Google de liderar uma campanha secreta para influenciar a regulamentação de computação em nuvem na Europa.
As acusações, detalhadas em um post no blog publicado na segunda-feira por Rima Alaily, vice-conselheira geral da Microsoft, afirmam que o Google é a força oculta por trás da Open Cloud Coalition, uma organização que supostamente defende a concorrência justa no setor de serviços de nuvem.
De acordo com a Microsoft, o Google financiou a empresa de consultoria DGA Group para recrutar pequenas empresas europeias de nuvem para essa coalizão, ao mesmo tempo que evita se envolver diretamente.
A coalizão, criada para abordar supostas restrições de mercado na indústria de nuvem da UE, foca nas políticas de licenciamento de nuvem da Microsoft, que alguns alegam restringir a concorrência. A formação do grupo ocorre após a recente queixa antitruste do Google contra a Microsoft, apresentada à Comissão Europeia em setembro.
Desentendimento antitruste entre Google e Microsoft
Essas acusações surgem em meio ao escrutínio regulatório de ambas as gigantes de tecnologia. O Google enfrenta atualmente investigações antitruste nos Estados Unidos, onde promotores tentam forçar a empresa a se desfazer do Google Ad Manager. Por outro lado, a Microsoft recentemente resolveu disputas com provedores de nuvem europeus sobre práticas de licenciamento em um acordo de US$ 22 milhões.
A Microsoft sugere que as ações do Google são uma tática para desviar o foco de seus próprios problemas regulatórios e garantir uma vantagem competitiva no mercado de nuvem.
O conflito entre Microsoft e Google destaca os altos interesses no mercado europeu de nuvem, que deve alcançar US$ 115 bilhões até 2032.
Atualmente, o mercado de nuvem na Europa é dominado pela Amazon Web Services (AWS), Microsoft Azure e Google Cloud. Esses três provedores representam cerca de 72% da participação de mercado regional, com seu domínio continuando a crescer.
Essa rivalidade crescente evidencia como as grandes empresas de tecnologia estão cada vez mais disputando influência sobre as políticas de nuvem na Europa, onde novos marcos regulatórios estão em discussão.