Ai-Da, uma robô humanoide, vendeu sua obra de 2,2 metros, por US$ 1,08 milhão em Nova York. O retrato de Alan Turing marcou a estreia de arte criada por robôs em um leilão.
A Sotheby’s relatou 27 lances para a pintura intitulada “AI God”, que inicialmente tinha uma estimativa de venda entre US$ 120.000 e US$ 180.000, e informou que a venda online foi vencida por um comprador não identificado por um valor “bem acima da estimativa da obra”.
An Alan Turing painting by a humanoid robot artist called Ai-Da has made history by selling for $1.32 million at Sotheby's, becoming the first such work to be sold by a major auction house pic.twitter.com/57ysMwMn2M
— Reuters Science News (@ReutersScience) November 8, 2024
Ai-Da, uma robô altamente avançada – cujo o nome é em homenagem a Ada Lovelace -, foi criada por Aidan Meller em parceria com especialistas em IA das universidades de Birmingham e Oxford.
Durante conversas com a equipe do estúdio, Ai-Da sugeriu criar uma imagem de Turing em uma discussão sobre “IA para o bem”. A robô então estudou uma foto de Turing através de suas câmeras, escolheu o estilo, as cores e o tom da pintura.
Ai-Da, que usa IA para falar, afirmou que seu trabalho provoca discussões sobre tecnologias emergentes e que seu retrato de Turing estimula reflexões sobre os impactos éticos e sociais da IA.
“AI God”: a exploração de Ai-da sobre os limites entre humanos e máquinas
A Sotheby’s afirma que “AI God” homenageia Alan Turing, o matemático pioneiro cujo trabalho fundamentou a computação moderna e a inteligência artificial.
“No trabalho dela, o retrato de Turing se torna uma reflexão simbólica sobre a linha tênue entre as capacidades humanas e das máquinas, especialmente porque ela própria é um produto de algoritmos de IA que a permitem desenhar, pintar e se expressar,” comentou a casa de leilões.
No início deste ano, Ai-Da exibiu “AI God” como parte de um políptico na Cúpula AI for Good, em Genebra. Ao lado do retrato de Turing, a obra incluía pinturas de Ada Lovelace e da própria Ai-Da, conectando a evolução da IA, desde a teoria até a arte autônoma. A arte de Ai-Da reflete como as ideias de Turing e Lovelace moldam a vida moderna e a expressão artística em um mundo impulsionado pela IA.
A arte de Ai-Da, especialmente “AI God,” mescla intenção humana com processos mecânicos, provocando reflexões sobre nossa relação com a tecnologia. À medida que ferramentas de IA, como Siri e Alexa, se tornam mais comuns, elas levantam questões sobre identidade e autenticidade na era digital. A arte de Ai-Da explora a linha tênue entre humano e máquina, suscitando questões éticas sobre a IA.